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sábado, 18 de junho de 2016

COMENTÁRIO EXPOSITIVO: ROMANOS 12:3-16 - NOSSO RELACIONAMENTO COM OUTROS CRISTÃOS

NOSSO RELACIONAMENTO COM OUTROS CRISTÃOS

(Romanos 12:3-16)


Paulo está se dirigindo a cristãos que fazem parte das igrejas em Roma. Descreve seu relacionamento uns com os outros comparando-os aos membros de um corpo. (O apóstolo usa essa mesma imagem em 1 Co 12; Ef 4:716.) A ideia central é que cada cristão é uma parte viva do corpo de Cristo e cada um tem uma função espiritual a exercer. Cada cristão tem um dom (ou dons) que deve ser usado para edificar o corpo e aperfeiçoar os outros membros. Em resumo, pertencemos uns aos outros, ministramos uns aos outros e precisamos uns dos outros. Quais são os elementos essenciais para o ministério espiritual e o crescimento no corpo de Cristo?

Avaliação honesta (v. 3). Cada cristão deve saber quais são seus dons espirituais e qual ministério (ou ministérios) deve exercer na igreja local. Não é errado um cristão reconhecer esses dons na própria vida ou na vida de outros. O problema é nossa tendência de não nos avaliarmos com honestidade. Nada causa mais estragos à igreja local do que um cristão que se superestima e tenta realizar um ministério para o qual não é qualificado. (Por vezes, também ocorre o oposto, e as pessoas se subestimam, o que é igualmente errado.)

Nossos dons são concedidos pela graça de Deus. Devem ser aceitos e exercitados pela fé. Fomos salvos "pela graça [...] mediante a fé" (Ef 2:8, 9) e devemos viver da mesma forma. Uma vez que nossos dons vêm de Deus, não podemos assumir crédito algum por eles. Tudo o que nos cabe fazer é aceitá-los e usá-los para honrar o nome de Deus (ver 1 Co 15:10, em que Paulo dá seu testemunho pessoal acerca dos dons).

Certa vez, pastoreei uma igreja com dois homens que tinham atitudes opostas em relação a seus dons: um deles sempre fazia pouco de seus dons e não os usava, enquanto o outro se vangloriava o tempo todo de dons que não possuía. Na verdade, os dois estavam sendo orgulhosos, pois os dois se recusavam a reconhecer a graça de Deus e a dar-lhe glória. Moisés cometeu um erro parecido quando Deus o chamou (Êx 4:113). Quando os cristãos de uma igreja conhecem seus dons, os aceitam pela fé e os usam para a glória de Deus, o Senhor pode abençoar de maneira maravilhosa.

Cooperação fiel (w. 4-8). Cada cristão possui um dom diferente, e Deus concedeu esses dons para que a igreja local possa crescer de maneira equilibrada. Mas cada cristão deve exercitar seu dom pela fé. Talvez não vejamos os resultados de nosso ministério, mas o Senhor vê e abençoa. É interessante observar que a "exortação" (encorajamento) é um ministério espiritual tão válido quanto pregar ou ensinar. Contribuir financeiramente e demonstrar misericórdia também são dons importantes. Para alguns, Deus deu a habilidade de governar ou de administrar as diversas funções da igreja. Qualquer que seja nosso dom, devemos consagrá-lo a Deus e usá-lo para o bem de toda a igreja.

É triste quando apenas um dos dons é enfatizado em uma igreja local em detrimento de todos os outros. "Porventura, são todos apóstolos? Ou, todos profetas? São todos mestres? Ou, operadores de milagres? Têm todos dons de curar? Falam todos em outras línguas? Interpretam-nas todos?" (1 Co 12:29, 30). A resposta para todas essas perguntas é "não". Quando o cristão subestima os outros dons e enfatiza o seu próprio, nega o propósito para o qual os dons foram concedidos: o benefício de todo o corpo de Cristo. "A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso" (1 Co 12:7).

Os dons espirituais são instrumentos que devem ser usados para a edificação, não brinquedos para a recreação nem armas de destruição. Em Corinto, os cristãos estavam acabando com o ministério, pois usavam indevidamente os dons espirituais. Exercitavam esses dons como um fim em si mesmo, não como um meio de edificar a igreja. Enfatizavam tanto os dons espirituais que perderam as virtudes espirituais! Tinham os dons do Espírito, mas lhes faltavam os frutos do Espírito: amor, alegria, paz etc. (Gl 5:22, 23).

Participação amorosa (w. 9-16). A ênfase desta passagem é sobre as atitudes dos que exercitam os dons espirituais. É possível usar um dom espiritual de maneira não espiritual. Paulo também deixa isso claro em 1 Coríntios 13, o maravilhoso "capítulo do amor" no Novo Testamento. O amor é o sistema circulatório do corpo espiritual, permitindo que todos os membros funcionem de maneira saudável e harmoniosa. É preciso ser um amor honesto, não hipócrita (Rm 11:9); também deve ser humilde, não orgulhoso (Rm 11:10). A oração "preferindo-vos em honra uns aos outros" refere-se a tratar os outros como mais importantes do que nós (Fp 2:1-4).

Servir a Cristo, normalmente, traz oposição satânica e dias de desânimo. Paulo admoesta seus leitores a manter seu zelo espiritual, pois estão servindo ao Senhor, não a homens. Os cristãos não podem permitir que seu zelo esfrie quando a vida fica difícil. "Regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes" (Rm 12:12).

Por fim, Paulo os lembra de que devem se colocar no lugar dos outros. A comunhão cristã vai muito além de um tapinha nas costas e de um aperto de mão. Significa dividir os fardos e as bênçãos para que todos cresçamos juntos e glorifiquemos ao Senhor. Se os cristãos não conseguem se entender, não podem enfrentar os inimigos. Uma atitude humilde e uma disposição para compartilhar são as marcas de um cristão que, verdadeiramente, ministra ao corpo. Jesus ministrou a pessoas comuns, e elas o ouviram com alegria (Mc 12:37). A igreja local que resolve dedicar-se apenas à "classe alta" está fora do ideal cristão de ministério.

Autoria: Warren W. Wiersbe
Livro: Comentário Bíblico expositivo Novo Testamento.

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